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Mostrando postagens de maio, 2012

A forma longa da Vigília de Pentecostes

Pax et bonum! Esta postagem deveria ter surgido muito mais cedo, mas somente hoje encontrei certos materiais e textos a respeito. Trata-se da celebração prolongada da Vigília de Pentecostes, citada primeiramente em 1988, na Carta Paschalis Sollemnitatis , da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, mas só inserida em 2008 como suplemento dentro do Missale Romanum , na editio typica tertia emendata . Como ainda hoje não contamos com a tradução brasileira da edição típica terceira, e sobretudo agora, depois de 2008, com algumas emendas, não temos material oficial no Brasil, tal e qual se encontra no Missal latino atualmente. Um dos colaboradores do blog Pray Tell postou no último dia 23 (quarta-feira), os textos em inglês que, creio, são os oficiais, da nova tradução do Missal Romano nos Estados Unidos. Aproveitando este trabalho, segue uma versão nossa, embora tardia. A forma longa é interessante, prevendo-se a junção com as I Vésperas de Pentecostes

"Qui procedis ab utroque" - um hino de mais de 800 anos ao Espírito Santo

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Pax et bonum! Procurando na obra Paradisum Animae Christianae , já citada noutra postagem, orações a Deus Espírito Santo, encontrei um belo hino que começa com o verso "Qui procedis ab utroque" . Todavia, dele encontrei mais de uma versão. Parece certo que seu autor é Adão de São Victor, um dos mais ilustres poetas litúrgicos, tido para alguns como o maior dos poetas latinos sacros da idade média. Francês, nasceu na segunda metade do séc. XII. Foi cantor na Catedral de Notre-Dame de Paris e depois viveu na Abadia de São Victor, em Paris, morrendo por volta de 1146. Depois da dissolução da Abadia, por conta da Revolução Francesa (séc. XVIII), seus trabalhos lá preservados foram parar na Bibliothèque Nationale , sendo encontrados posteriormente e publicados no séc. XIX. A letra do hino, abaixo transcrita, sendo cada estrofe seguida de uma tradução livre nossa (ligeira, despretensiosa, mais ou menos literal, apenas indicativa), foi tomada da obra Sacred Latin Poetry , d

"O modo de comunicar o sinal da paz na Santa Missa"

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Pax et bonum! Chegando aos últimos dias do Tempo Pascal, segue a nossa tradução de um interessante estudo do Departamento das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice , sobre o gesto da paz na Santa Missa. Esperamos que ele contribua para uma melhor compreensão deste momento nas celebrações. DEPARTAMENTO DAS CELEBRAÇÕES LITÚRGICAS DO SUMO PONTÍFICE O modo de comunicar o sinal da paz na Santa Missa São Pedro e São Paulo, apóstolos "Quando o leitor acabou, aquele que preside toma a palavra para incitar e exortar à imitação dessas belas coisas. Em seguida, levantamo-nos todos juntamente e fazemos orações por nós mesmos [...] e por todos os outros [...]. Terminadas as orações, damo-nos um ósculo uns aos outros"  (Justino de Nablus, Apologia I, 65). Estas palavras de São Justino, escritas por volta de 155, apresentam-nos pela primeira vez o sinal da paz durante a Santa Missa. Um primeiro aspecto que chama a nossa atenção, ao lermos este antiquíssimo testemunho

Pentecostes na Jerusalém do séc. IV

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Pax et bonum!  Retornando aos belos testemunhos da "Peregrinação de Etéria", leiamos hoje como os cristãos celebravam Pentecostes na Cidade Santa. Mais uma vez o testemunhos destes católicos incansáveis nos interpela. Mais uma vez vemos, como já desde as outras celebrações do Tríduo Pascal, o forte sentido de vigília, que mantinha os cristãos em oração desde tarde da noite até o dia seguinte inteiro, suportando, como parecia ser uma amada tradição, subir o Monte das Oliveiras e de lá descer em procissão até a Cidade. O relato está na II parte da obra, no site Veritatis Splendor. Infelizmente, e não sei por qual motivo, a página só está acessível pelo cache do Google . XLIII 1. [Pentecostes] E no quinquagésimo dia após a Páscoa, que é um domingo , dia em que maior é a fadiga para o povo, iniciam-se as comemorações, como sempre, a partir do primeiro canto do galo [talvez por volta das 3h da madrugada]; vela-se na Anástasis [=Santo Sepulcro], para que o bispo

Catequese sobre o Espírito Santo, por São João Maria Vianney

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Ó, meus filhos, como é belo! O Pai é nosso Criador, o Filho é nosso Redentor e o Espírito Santo é nosso Guia... O homem por si só não é nada, mas com o Espírito Santo ele é grandioso. O homem é todo terreno e animal; nada além do Espírito Santo pode elevar sua mente às alturas. Por que os santos foram tão desapegados das coisas terrenas? Porque eles se deixaram guiar pelo Espírito Santo. (...) O Espírito Santo é luz e força. Ele nos ensina a distinguir entre a verdade e a mentira, entre o bem e o mal. Como lentes que aumentam os objetos, o Espírito Santo nos mostra o que é bom e o que é mau em tamanho grande. Com o Espírito Santo vemos tudo em suas verdadeiras proporções; vemos a grandeza das menores ações feitas por Deus, e a grandeza das menores faltas. (...) Assim, as menores imperfeições parecem-nos muito grandes, os menores pecados inspiram-nos horror. Esta é a razão por que a Santíssima Virgem nunca pecou. O Espírito Santo fê-la entender como o pecado é hediondo (...).

Ascensão do Senhor

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Pax et bonum! O Senhor subiu ao céu, aleluia! Pintura do séc. XV Na quinta-feira passada, 40º dia após a Páscoa, celebrou-se no calendário universal a Solenidade da Ascensão do Senhor. Em alguns países, por motivos pastorais, decidiu-se colocar esta celebração no domingo seguinte, isto é, hoje, como é o caso aqui no Brasil. Segue a tradução do breve artigo da Catholic Encyclopedia sobre a Solenidade. *** No quadragésimo dia após o Domingo de Páscoa, comemora-se a Ascensão de Cristo ao céu, de acordo com Mc 16,19, Lc 24,51 e At 1,2. Na Igreja Oriental esta festa é conhecida como analepsis, acesso, entrada, e também como episozomene, a salvação, denotando que pela ascensão até sua glória Cristo completou a obra de nossa redenção. O termo usado no Ocidente, ascensio e, ocasionalmente, ascensa, significa que Cristou se elevou por seu próprio poder. A tradição designa o Monte das Oliveiras, próximo de Betânia, como o lugar de onde Cristo deixou a terra. A festa cai n

Orações litúrgicas para pedir chuva

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Pax et bonum! Em janeiro do ano passado recomendamos as orações para pedir bom tempo, por conta das enchentes, inundações e consequentes deslizamentos de terra, que vitimaram centenas de pessoas no estado do Rio de Janeiro. Nestes dias voltamos o olhar para nosso nordeste, sobretudo para nosso Piauí. Alguns noticiários já consideram a seca atual como uma das piores nos últimos 30 anos, em alguns estados. No Piauí são 114 municípios, até onde tomamos conhecimento, em situação de emergência. No nordeste inteiro são 833, afetando cerca de 4 milhões de pessoas. Plantações estão se perdendo e animais morrem de fome e sede. Obviamente os governos municipais, estaduais e federal devem fazer algo. Os cristãos também devem fazer algo a respeito, ajudando os mais afetados na medida de suas possibilidades. É uma ocasião forçosa para se exercitarem as boas obras. Institutos de pesquisa, desenvolvimento e sustentabilidade também devem colocar esforços na busca de soluções contra o

Oração Preparatória para a Confissão Sacramental

Pax et bonum! Encontrei no ótimo site Preces Latinæ uma oração de preparação para a Confissão. Recomendo-a a todos, sobretudo aos que estiverem desejando confessar-se ainda antes de Pentecostes, para retomarem parte na vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, antes do fim do santo Tempo Pascal. Segue uma tradução livre minha (que em alguns lugares pode não estar tão literal). Todavia, serve para apresentar a beleza desta oração, dirigida a Deus Pai e ao Senhor Jesus Cristo, que certamente há de ser feita movida pelo Espírito Santo, para cuja descida estamos em Novena nestes dias. O texto original, latino, é pelo menos do séc. XVII. Encontra-se na obra Paradisum Animæ Christianæ , de Jacob Merlo Horst. Porventura esta obra encontra-se inteira e gratuita no Google Books , bem como uma posterior edição em inglês, sob o título literal Paradise of the Christian Soul . Conditor cæli et terræ, Rex regum et Dominus dominantium, qui me de nihilo fecisti ad imaginem, et similitud

Lançamento: "Liber Cantualis" dos Arautos do Evangelho

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Pax et bonum! É bem recente a publicação do  Liber Cantualis "Os mais belos Cânticos Gregorianos" por parte da Editora Lumen Sapientiae, em São Paulo. A obra, que é uma espécie de compêndio de Canto Gregoriano, é organizada pelos Arautos do Evangelho, já conhecidos, no contexto, por alguns CDs. Pois bem, no impulso dado à genuína música sacra da Igreja Católica de Rito Romano, desde São Pio X, sobretudo, até Bento XVI, surge esta obra, talvez primeira no Brasil com este escopo. O auxílio pode ser grandioso nas 282 páginas, pois normalmente é preciso comprar um Graduale ou um Liber Usualis , pela internet, no exterior. Não há informações de preço, mas já enviamos um email pedindo mais informações. A notícia, bem como um link com páginas de amostra, está  aqui .

Amanhã (06/05) - Missa e Posse Canônica de D. Jacinto Sobrinho, Arcebispo de Teresina

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Pax et bonum! O dia esperado, pelo qual se elevaram tantas preces a Deus, finalmente chega: o início do ministério de nosso novo Arcebispo. Portanto, fazendo eco do convite já presente nas Paróquias e em algumas redes sociais, há alguns dias, sintam-se todos alegremente convidados: Só repetindo: Data: Amanhã (06 de maio de 2012) Hora: 18h Local: Catedral Metropolitana de Nossa Senhora das Dores (Praça Saraiva, centro de Teresina) Algumas paróquias estão organizando ônibus próprios. Aos que vão de veículo próprio recordamos a dificuldade de estacionamento, caso não se chegue com certo adiantamento. Bendito seja Deus!

Faleceu o Pe. José Aires de Morais

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Pax et bonum! Fomos informados do falecimento, ontem (03/05), do Pe. José Aires de Morais. Este idoso sacerdote completaria seus 95 anos em 2013, e os 70 anos de sacerdócio em 2014. Infelizmente não tenho muito a falar sobre ele, e só participei uma vez da Santa Missa celebrada por ele, em sua casa na Rua Barroso, na esquina com a Av. José dos Santos e Silva. Na Missa, mesmo com poucas pessoas, ele falava num microfone, pela fraqueza de sua voz. Até onde sei, sempre nesta Missa, às 17h ou 17h30, participavam irmãos e irmãs da Toca de Assis. Nesta única Missa de que participei percebi o quão é interessante ver um homem desgastado pelo tempo esforçando-se para celebrar com temor, com obediência às rubricas, com senso de profundidade, com olhar de quem apalpava um tanto do grandioso mistério do místico Calvário de nossos altares. Rezemos por sua alma. Tantos anos, pecados, por conta da fraqueza humana, mas também quantos atos de virtude, quantas provas do amor a Deus e aos ir

Normas, para quê? Respondem João Paulo II, Cardeal Arinze e a Redemptionis Sacramentum

Pax et bonum! Considero muito a propósito respondermos com o magistério da Igreja a uma dúvida pertinente, que às vezes povoa a mente de simples fieis, presbíteros ou até de estudiosos da Sagrada Liturgia: "Rubricas, normas, para quê?" Recordo no momento uma das perguntas de uma entrevista feita ao Pe. Paulo Ricardo de Azevedo Júnior , da Arquidiocese de Cuiabá, sobre a Liturgia, bem como sua resposta: Aos que querem a Missa mais sóbria, de acordo com as normas, com incenso, latim, paramentos bonitos, logo se lhes acusam de “rubricistas” ou de “obtusos”, “antiquados” e até de “fariseus”. Dizem que a Missa tem que ser “alegre”, com improvisação, sem se prender a fórmulas. Alegam que pra Jesus, “o que importa é o coração, é o interior”. Como responder a tudo isso? “Unum facere et alium non omittere” , Fazer uma coisa e não omitir a outra. Ou seja, observar as normas litúrgicas e obedecê-las não é algo que está divorciado com o coração. É necessário escolher as duas