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Mostrando postagens de outubro, 2013

Santo Antônio de Sant'Ana Galvão, rogai por nós

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Pax et bonum! Imagem do santo na igreja do Mosteiro da Luz Hoje a Igreja no Brasil celebra a memória de Santo Antônio de Sant'Ana Galvão (São Frei Galvão), presbítero franciscano, primeiro brasileiro nato a ser elevado à honra dos altares. Nascido em 1739, em Guaratinguetá-SP, de família nobre, tentou ingresso na Companhia de Jesus e, por fim, fez-se frade menor (franciscano), proferindo os votos em 1761, com 22 anos. Passou a morar no Convento de São Francisco em São Paulo. Imagem do santo em Guaratinguetá-SP No ano de 1762 foi ordenado sacerdote e em 09/11/1766 consagrou-se como filho e escravo perpétuo de Nossa Senhora, assinando sua cédula de consagração com o próprio sangue.  Em 1774, após a consideração de revelações particulares de uma piedosa mulher, das Recolhidas de Santa Teresa, das quais ele tinha o cuidado pastoral, fundou o Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da Luz da Divina Providência, conhecido como Mosteiro da Luz. Tornou-se mosteiro d

"Concentremos o espírito para orar", por Santo Agostinho

Pax et bonum! No Ofício das Leituras desta segunda-feira da XXIX semana do Tempo Comum (Forma Ordinária do Rito Romano), Santo Agostinho, bispo de Hipona (séc. V), exorta-nos à constância do afeto e do desejo da vida divina, mesmo nas atividades corriqueiras da vida. Isto seria estar em oração contínua. Os grifos são nossos. Da Carta a Proba, de Santo Agostinho, bispo  (Ep.130,9,18-10,20:CSEL44,60-63)        (Séc.V) Em horas determinadas concentremos o espírito para orar Desejemos sempre a vida feliz que vem do Senhor Deus e assim oraremos sempre. Todavia por causa de cuidados e interesses outros, que de certo modo arrefecem o desejo, concentramos em horas determinadas o espírito para orar. As palavras da oração nos ajudam a manter a atenção naquilo que desejamos , para não acontecer que, tendo começado a arrefecer, não se esfrie completamente e se extinga de todo, se não for reacendido com mais frequência.   Por isso as palavras do Apóstolo: Sejam vossos pedidos conhecid

Os passos da reforma litúrgica pós-conciliar - Discurso de Paulo VI no fechamento da VIII Sessão Plenária do "Consilium"

Pax et bonum! Prosseguimos no primeiro semestre de 1967; agrava-se a situação das mudanças arbitrárias; o mundo católico prossegue celebrando há 2 anos a Missa simplificada, segundo as alterações da Inter Oecumenici, de 1964; publicações aparecem com críticas à Reforma ou antes à "reforma" anárquica que se faz em vários lugares, ignorando o que realmente vem da Santa Sé; o Consilium já trabalha nas novas orações eucarísticas, possivelmente no novo ritual das ordenações e, em pouco tempo, um documento oficial citará a Comunhão de pés; após menos de 3 anos é erigida formalmente a Foederatio Internationalis UNA VOCE, da qual falaremos em outra postagem. Ao fim da oitava sessão do "Consilium" , o Papa Paulo VI demonstra sua gratidão, sua confiança e seu apoio ao "Consilium" e seus trabalhos. Ao mesmo tempo reconhece cada vez mais preocupado aquilo que veio a chamar de "uma tendência a 'dessacralizar' (...) a Liturgia (...) e com isso, fatal

Os passos da reforma litúrgica pós-conciliar - O Card. Bacci e "A túnica rasgada" de Tito Casini

Pax et bonum! Prosseguimos no início de 1967. Iríamos começar hoje a tradução da Alocução de Paulo VI ao Consilium , de 19/04/1967 quando, no mesmo texto francês, encontramos uma nota explicando que o Papa, defendendo o Card. Lercaro, em certo ponto, citou uma publicação que seria o livro "La tunica stracciata" (ou seja, "A túnica rasgada"), de Tito Casini (1897-1987), escritor italiano que produziu interessantes textos sobre as consequências más das mudanças que aconteciam após o Concílio. Pois bem, enquanto Paulo VI defendia o Card. Lercaro, o livro em questão tinha seu prefácio escrito pelo Card. Antonio Bacci. Achamos por bem traduzir o prefácio da obra, que estará citada na alocução que virá nas próximas postagens. O prefácio por si nos revela que a situação das arbitrariedades no campo litúrgico parece agravar-se. Se no ano anterior (1966) se falava das "ceias eucarísticas", vemos agora outras "missas", como a "missa beat"

Os passos da reforma litúrgica pós-conciliar - A Instrução Musicam Sacram

Pax et bonum! Dos tempos do Papa Pio XII nos veio um documento sobre a Música Sacra. Trata-se da Encíclica Musicae Sacrae Disciplina , do Natal de 1955, que embora não tenha aparecido em nosso blog nalguma outra postagem, é muito digna de conhecimento e leitura, sobretudo por ser do punho deste grande Papa que muito amava a Sagrada Liturgia. Pois bem, no pós-Concílio, os dois dicastérios autores das reformas de que estamos falando nas postagens da série, ou seja, a Sagrada Congregação dos Ritos e o Consilium,  trataram do assunto da música sacra numa instrução, conjunta, própria: a Musicam Sacram , de 05/03/1967. Nela há trechos interessantes sobre a participação, instrumentos, gêneros, desenvolvendo o que fora dito na Constituição do Concílio. As regras aí expostas deveriam ser consideradas como atuais e válidas, pois não houve outro documento do mesmo porte e qualificação posteriormente. Segundo o Pe. Edward McNamara, de quem já traduzimos alguns trechos de sua coluna de per

A Bula Consueverunt Romani Pontifices, de São Pio V

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Pax et bonum! Hoje, memória de Nossa Senhora do Rosário, apresentamos, talvez pela primeira vez na web, a tradução da Bula (Constituição Apostólica) Consueverunt Romani Pontifices , do Papa São Pio V, na qual, segundo o Papa Paulo VI, o então Sucessor de Pedro "ilustrou e, de algum modo, definiu a forma tradicional do Rosário" (cf. Exort. Apost. Marialis Cultus , 42). Esta Bula o Papa São Pio V escreveu dois anos antes da gloriosa vitória dos cristãos sobre os invasores muçulmanos na Batalha de Lepanto, que hoje completa 442 anos. Esta vitória deu origem à Festa de Nossa Senhora da Vitória que depois ficou sendo chamada de Nossa Senhora do Rosário. Para o louvor de Cristo, nosso Deus e Senhor, e da Santíssima Virgem Maria. CONSTITUIÇÃO APOSTÓLICA CONSUEVERUNT ROMANI PONTIFICES DO SANTO PADRE PIO V Os Pontífices Romanos, e os outros Santos Padres, nossos predecessores, quando sob a pressão de guerras temporais ou espirituais, ou perturbados por outras pro

A humildade de Deus

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Pe. Stefano Maria Manelli, fundador dos Franciscanos da Imaculada Que o homem todo se espante, que o mundo todo trema, que o céu exulte,  quando sobre o altar, nas mãos do sacerdote, está Cristo, o Filho de Deus vivo (Jo 11,27)! Oh! grandeza admirável, oh! condescendência assombrosa,  oh! humildade sublime, oh! sublimidade humilde,  que o Senhor de todo o universo, Deus e Filho de Deus,  se humilhe a ponto de se esconder, para nossa salvação,  nas aparências de um bocado de pão. Vede, irmãos, a humildade de Deus e derramai diante dele os vossos corações (Sl 61, 9);  humilhai-vos também vós para que ele vos exalte (1Pd 5, 6; Tg 4,10). (São Francisco de Assis, Carta a toda a Ordem , 26-28) Que hoje o abrasado São Francisco de Assis rogue pela cristandade, a fim de que cada católico redescubra o valor da Santa Missa!

O sangue dos mártires no Nordeste - Os bem-avenurados de Cunhaú e Uruaçu

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Pax et bonum! Hoje, 03 de outubro, em nossa pátria, comemora-se a memória obrigatória dos Bem-aventurados Mártires de Cunhaú e Uruaçu, duas localidades do Estado do Rio Grande do Norte, no município de São Gonçalo do Amarante, não muito distantes da capital, Natal. Durante as invasões holandesas no nordeste do Brasil, no séc. XVII, surgem gloriosos,embora cruéis, os dois episódios de martírio que levaram 30 almas à beatificação, mas cerca de 150 para a glória do Céu. Destas 30 almas, sobressaem os nomes do Pe. André de Soveral, Pe. Ambrósio Francisco Ferro e Mateus Moreira. Os massacres, pela mão dos índios potiguares e dos holandeses calvinistas, aconteceram nos dias 16/07 (na Capela de Nossa Senhora das Candeias, no Engenho de Cunhaú) e 03/10 (num porto de Uruaçu) de 1645. Portanto, completam-se neste ano, e hoje particularmente, 368 anos que o solo nordestino foi regado pelo sangue das testemunhas fiéis a Cristo, à Igreja, ao Papa, ao Rei e à Pátria. Os 30 heróis da fé

Os passos da reforma litúrgica pós-conciliar - Sacrificium Laudis: o abandono do latim e a tristeza de Paulo VI

Pax et bonum! Iniciaríamos a publicação de documentos do ano de 1967 quando nos damos conta de que tínhamos ignorado um importante e revelador documento de meados de 1966. Trata-se da Carta Apostólica Sacrificium Laudis , do Papa Paulo VI, "sobre a língua latina a ser usada no Ofício Litúrgico coral por parte dos religiosos obrigados ao coro", quem entendemos ser sobretudo os monges. Pois bem, havíamos dito que o ano de 1966 apresentou, fora do contexto das experiências oficiais e autorizadas, um grande número de experiências arbitrárias. Paulo VI, o Cardeal Lercaro e o Pe. Bugnini levantam a voz contra o que acontecia. Mas ainda assim essas vozes pareciam soar distante dos casos concretos, provavelmente à sombra da conivência dos bispos dos lugares em questão. Nesta Carta, Paulo VI, abalado e triste pelos pedidos de mudança do latim e do gregoriano, em prol do vernáculo e dos cantos modernos em voga, pergunta: "De onde saiu  e porque se difundiu, esta mentalidade