Oração Preparatória para a Confissão Sacramental

Pax et bonum!

Encontrei no ótimo site Preces Latinæ uma oração de preparação para a Confissão. Recomendo-a a todos, sobretudo aos que estiverem desejando confessar-se ainda antes de Pentecostes, para retomarem parte na vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, antes do fim do santo Tempo Pascal.
Segue uma tradução livre minha (que em alguns lugares pode não estar tão literal). Todavia, serve para apresentar a beleza desta oração, dirigida a Deus Pai e ao Senhor Jesus Cristo, que certamente há de ser feita movida pelo Espírito Santo, para cuja descida estamos em Novena nestes dias.
O texto original, latino, é pelo menos do séc. XVII. Encontra-se na obra Paradisum Animæ Christianæ, de Jacob Merlo Horst. Porventura esta obra encontra-se inteira e gratuita no Google Books, bem como uma posterior edição em inglês, sob o título literal Paradise of the Christian Soul.

Conditor cæli et terræ, Rex regum et Dominus dominantium, qui me de nihilo fecisti ad imaginem, et similitudinem tuam et me proprio tuo sanguine redemisti, quem ego peccator non sum dignus nominare, nec invocare, nec corde cogitare.
Te suppliciter deprecor, et humiliter exoro, ut clementer respicias me servum tuum nequam. Et miserere mei, qui misertus fuisti mulieri Cananeæ, et Mariæ Magdalenæ: qui pepercisti publicano, et latroni in cruce pendenti.
Tibi confiteor, Pater piissime, peccata mea, quæ si volo abscondere, non possum tibi, Domine. Parce mihi, Christe, quem ego nuper multum offendi cogitando, loquendo, operando, et in omnibus modis, in quibus ego fragilis homo et peccator peccare potui, mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa.
Ideo, Domine, precor tuam clementiam, qui de cælo pro mea salute descendisti, qui David a peccati lapsu erexisti, parce mihi, Domine, parce mihi Christe, qui Petro te neganti pepercisti. Tu es Creator meus et Redemptor meus, Dominus meus et Salvator meus, Rex meus et Deus meus.
Tu es spes mea et fiducia mea, gubernatio mea et auxiliatio mea, consolatio mea et fortitudo mea, defensio mea et liberatio mea, vita mea, salus mea et resurrectio mea, lumen meum et desiderium meum, adiutorium meum et patrocinium meum.
Te deprecor et rogo adiuva me, et salvus ero: guberna me et defende me: conforta me et consolare me: confirma me et lætifica me: illumina me et visita me. Suscita me mortuum, quia factura et opus tuum sum.
Domine, ne despicias me, quia famulus et servus tuus sum, quamvis malus, quamvis indignus et peccator: sed qualiscumque sim, sive bonus, sive malus, semper tuus sum. Ad quem ego fugiam, nisi ad te vadam? Si tu me eiicis, quis me recipiet? Si tu me despicis, quis me aspiciet?
Recognosce me ergo indignum ad te refugientem, quamvis sim vilis et immundus: quia si vilis et immundus sum, potes me mundare: si cæcus sum, potes me illuminare: si infirmus sum, potes me sanare: si mortuus et sepultus sum, potes me resuscitare ; quia maior est misericordia tua, quam iniquitas mea: maior est pietas tua, quam impietas mea: plus potes dimittere, quam ego committere: et plus parcere quam ego peccator peccare.
Non ergo despicias, Domine, neque attendas multitudinem iniquitatum mearum: sed secundum multitudinem miserationum miserere mei, et propitius esto mihi maximo peccatori.
Dic animæ meæ, "Salus tua ego sum". Qui dixisti, "Nolo mortem peccatoris, sed magis ut convertatur et vivat": converte me, Domine, ad te, et noli irasci contra me.
Deprecor te, clementissime Pater, propter misericordiam tuam, supplico et exoro, ut perducas me ad bonum finem, et ad veram pænitentiam, puram confessionem, et dignam satisfactionem omnium peccatorum meorum. Amen.

***
Criador do céu e da terra, Rei dos rei e Senhor dos senhores, que me criastes do nada à vossa imagem e semelhança, e que me redimistes com o vosso próprio sangue, a quem não sou digno de nomear, invocar ou considerar com o coração.
Peço-vos suplicante, e humildemente rogo, que olheis clemente para mim, vosso servo sem valor. E tende piedade de mim, vós que tivestes compaixão da mulher cananeia e de Maria Madalena, vós que poupastes o publicano e também o ladrão na cruz.
A vós confesso, Pai piíssimo, os meus pecados, os quais, Senhor, se quiser esconder, de vós não posso. Perdoai-me, ó Cristo, a quem tanto ofendi recentemente, pensando, falando, agindo, e de todos os modos segundo os quais eu, homem frágil e pecador, pude pecar, por minha culpa, minha culpa, minha maior culpa.
E rogo, Senhor, a vossa clemência, vós que, para a minha salvação, descestes do céu; vós que reerguestes Davi de sua queda no pecado, perdoai-me, Senhor. Perdoai-me, ó Cristo, vós que poupastes a Pedro que vos negou. Vós sois meu Criador e meu Redentor, meu Senhor e meu Salvador, meu Rei e meu Deus.
Vós sois minha esperança e minha confiança, minha direção e meu auxílio, minha consolação e minha fortaleza, minha defesa e minha libertação, minha vida, minha salvação e minha ressurreição, minha luz e meu desejo, minha ajuda e meu amparo.
Rogo-vos e peço-vos: ajudai-me e serei salvo, governai-me e defendei-me, confortai-me e consolai-me, confirmai-me e alegrai-me, iluminai-me e visitai-me. Levantai-me dentre os mortos, pois sou obra vossa.
Senhor, não me desprezeis, pois sou vosso servo, ainda que tão mau, tão indigno e pecador. Seja o que eu for, bom ou mau, sou sempre vosso. Junto a quem me refugiarei se não junto de vós? Se me mandais embora, quem me acolherá? Se me desprezais, quem lançará um olhar sobre mim?
Reconhecei-me, embora indigno, procurando refúgio em vós, por mais vil e imundo que eu seja, pois se sou vil e imundo, podeis lavar-me; se sou cego, podeis iluminar-me; se estou enfermo, podeis curar-me; se estou morto e sepultado, podeis ressuscitar-me; pois é maior a vossa misericórdia do que a minha iniquidade; maior a vossa piedade do que a minha impiedade; mais podeis remir do que eu cometer; e mais podeis perdoar do que eu, pecador, pecar.
Não me desprezeis, Senhor, nem considereis a multidão de minhas iniquidades, mas, segundo a multidão de vossas misericórdias, tende piedade de mim, e sede-me propício, a mim, o maior de todos os pecadores.
Dizei à minha alma: "Sou a tua salvação", vós que dissestes: "Não quero a morte do pecador, mas que ele volte e tenha vida". Convertei-me, Senhor, para vós, e não vos ireis contra mim.
Peço-vos, Pai clementíssimo, pela vossa misericórdia, suplico e rogo que me guieis a um bom fim, à verdadeira penitência, a uma confissão pura e a uma digna satisfação de todos os meus pecados. Amém.

Por Luís Augusto - membro da ARS

Comentários

Mais acessadas no último mês

Rosário em Latim

Como deve ser o toque da sineta/carrilhão na Consagração?

Como fazer a denudação do altar na Quinta-feira Santa (Forma Ordinária)

Ofício de Tenebrae (Trevas) na Forma Extraordinária do Rito Romano

A forma longa da Vigília de Pentecostes